ESTE BLOG É O NOSSO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO PERMANENTE

Acesse-o sempre, para estar bem informado sobre todas as atividades da ASCOFAN, da Irmandade do Rosário e do SALÃO DO AMPARO. De sua ativa participação dependerá o sucesso de todas as iniciativas sociais.

ALTAR-MOR DA IGREJA DO ROSÁRIO DE MINAS NOVAS

ALTAR-MOR DA IGREJA DO ROSÁRIO DE MINAS NOVAS
A Irmandade do Rosário de Minas Novas é exemplo de uma das organizações sociais da maior importância mas que carece de ser reorganizada como instrumento de promoção social e de defesa da cidadania.
PREZADO AMIGO:



Peço-lhe encarecidamente que leia a proposta que segue abaixo, com muita atenção, pois sua participação será muito importante para que os projetos sejam concretizados com sucesso e o quanto mais rápido possível.



Você foi escolhido para participar deste importante trabalho em razão de sua reconhecida liderança e pela confiança que temos na sua pessoa como amigo, cidadão de bem, que preza o desenvolvimento e o progresso de nossa comunidade, deseja o melhor para seus filhos e, neste sentido, preocupa-se com o futuro -- não só deles -- mas de todo o conjunto da sociedade em que eles vivem, na qual vivem todos nós, os nossos pais, nossos parentes, nossos amigos e demais pessoas que queremos bem e para as quais gostaríamos de proporcionar


um padrão de vida mais razoável e compatível com a dignidade humana.



O que aqui se propõe não é uma simples doação de valores materiais ou a sua entrega a um sacrifício pessoal, pelo contrário, o que estamos propondo e desejando instituir é a construção conjunta de um ambiente saudável onde todos possamos desempenhar a nossa missão de transformar para melhor o meio em que vivemos, com alegria, satisfação, solidariedade, espírito cristão e, acima de tudo, apaziguando nossos espíritos em comunhão com os desígnios de Deus que nos criou para sermos multiplicadores de seus dons e os fieis depositários de suas virtudes e poderes.



Esta é uma chance real de podermos participar de ações que, isoladamente, mesmo que as desejássemos com fervor, seria impossível de concretizá-las e levá-las a efeito e ao alcance do universo das carências e demandas de nossos conterrâneos menos favorecidos pela sorte e pelas oportunidades,



O investimento social que lhe propomos aplicar neste projeto, com o seu desejo, sua determinação e garra, logo terá o retorno esperado com a geração dos mais diversos benefícios, o que, sem dúvida alguma, representará a maior satisfação que pode almejar uma pessoa consciente e engajada na solificação da cidadania.



Não temos objetivos político-partidários, motivações demagógicas ou de realização de caprichos ou vaidades e podemos assegurar que todos os procedimentos serão ditados pela transparência e pelo compromisso sincero de atender a todos os requisitos legais e éticos que um trabalho desta natureza exige e dos quais não podemos fugir quando se tem como única razão o bem para todos os envolvidos nesta empreitada.



Sua adesão, como sócio, como voluntário e como agente multiplicador de nossa proposta será determinante para que possamos marcar, para breve, o inicio de nossas atividades operacionais e a consolidadação de nossa Associação como uma entidade de fato e de direito.



Esteja sempre informado de todos os procedimentos, acessando este Blog, e pronto para participar de nossas reuniões para as quais lhe convidaremos conforme a agenda em andamento.



Um grande e fraternal abraço, desejando-lhe um ANO DE 2010 cheio de venturas, alegrias, bênçãos e muito progresso em todos os seus empreendimentos.



GERALDO MOTA.


terça-feira, 12 de janeiro de 2010

MARIA EREMITA DE SOUSA,
A SAUDOSA “MESTRA PIQUITITA
DA CULTA E HISTÓRICA CIDADE DO SERRO


(Geraldo Magela Mota Coelho)

Maria Eremita de Souza, mestra da arte de ensinar, muito mais que professora, foi uma grande educadora e produtora ímpar de conhecimentos, fonte indeclinável dos estudiosos de fatos relacionados a toda a região do Serro e, por conseguinte, de todo o Vale do Jequitinhonha. Era carinhosamente conhecida por Dona Piquitita, essa mulher guerreira, batalhadora e extraordinária no exemplo deixado de civilidade e amor patriótico ao Brasil e à sua querida Vila do Príncipe.

Essa respeitável senhora e valiosíssimo arquivo vivo da história de todo o nordeste mineiro, tinha o hábito exemplar de estar constantemente garimpando livros remanescentes de antigas administrações públicas, de cartórios, de anotações das freguesias e paróquias, compulsando correspondência epistolar entre antigos moradores e colecionando artigos publicados em jornais dos séculos 19 e 20, abastecendo sua saudável curiosidade nos registros escritos e nos que se conservaram pela tradição oral, com os quais estudava os costumes, as tradições e buscava descrevê-los com precisão, isenção e graciosidade, através de uma visão objetiva e a lente privilegiada de quem tinha nas veias o DNA dos pioneiros, contextualizando suas narrativas ao ambiente que, a um só tempo, era o cenário original e o seu campo de convivência e de dedicação científica e pedagógica. Foi desta forma que resultou, no curso de sua longa e produtiva existência, uma obra considerável, uma produção literária que está a exigir e a merecer ampla divulgação em edições a serem URGENTEMENTE colocadas à disposição da rede de ensino, em todos os níveis e segmentos, dada a sua importância para o conhecimento de uma história tão rica, quanto desconhecida, que é a história dessa região mineira hoje compreendida pela área conhecida como Vale do Jequitinhonha, mas que, na verdade, comporta também as dimensões geográficas banhadas pelos rios Mucuri, São Mateus e Rio Doce.

Tive a honra e o privilégio de conhecê-la e com ela conviver durante vários dias em que estive na aprazível cidade de Serro, em julho de 1979, na condição de pesquisador, em missão confiada pelo Sr. Luiz Gonzaga Gomes Leite, Secretário Geral da Comissão Municipal Organizadora das Comemorações pelos 250 anos de Fundação da Vila do Fanado, evento que culminou com a visita, em 02 de outubro de 1980, do Presidente da República, General João Baptista Figueiredo, de inúmeras autoridades governamentais, de grandes empresários e de turistas à cidade de Minas Novas, numa série de acontecimentos e inaugurações que, finalmente, muito contribuíram para melhorar as condições calamitosas na qual se penalizava uma população ordeira e trabalhadora, mas completamente degredada naquela paupérrima região, onde passei a trabalhar, por mais de duas décadas, como funcionário de carreira do Banco do Brasil.

A professora Piquitita, lúcida e meiga, elegante no trato, admirável pela educação e respeitada pela sua estatura moral de exemplar cidadã e operária incansável no labor comunitário em prol de todo o município do Serro, era querida e admirada por todos que dela se acercavam. De simplicidade franciscana, tinha porém o porte soberano das pessoas bem formadas para o exercício da liderança responsável e produtiva de ações em benefício da coletividade, com o desprendimento que bem caracterizam estes seres raros e, por isto mesmo, especiais.

Dela tenho as melhores recordações e conservo na memória o seu jeito terno e carinhoso, quase que solene, de tratar dos assuntos relacionados à história de sua amada terra natal, de cuja saga marcou presença em momentos significativos, mas também de forma segura se reportando às origens, aos primórdios, ao desenrolar de toda uma existência na qual se entrelaçam todos os fatos comuns a ambos os municípios, de que nos ocupávamos como estudiosos, mormente aos que a mim me interessavam mais diretamente, aqueles associados à Vila do Fanado, primeira porção a ser desmembrada do território do Serro, a qual era por ela denominada de “Filha Predileta, cuja separação foi a mais pranteada e sofrida pela mãe Vila do Príncipe”.

Da antiga Vila do Príncipe recebi as mais preciosas informações históricas para, a partir delas, estabelecer cronologicamente os fatos que determinaram a colonização, a época distrital da mineração de ouro e diamante, os embates pela definição administrativa que se revezavam entre os governos mineiro e baiano, cujas administrações, cada uma interessada em ludibriar as autoridades portuguesas, preferiam que o Vale das Riquezas Minerais permanecesse isolado, oculto, selvagem, ignorante e ignorado, para assim ser mais facilmente espoliado sob o manto de uma omissão orquestrada que era interessante a ambas províncias. Aliás, esse triste desígnio tem sido o opróbrio dessa infelicitada região, o que se tem revelado pelo comportamento administrativo de todos os governos estaduais e federais que vêm-se sucedendo deste a época do Brasil Colônia, como se infere desta própria história, com os desenlaces que aos poucos se revelam pelas memórias escritas de Dona Maria Eremita de Souza e de outros escribas que se dedicaram à crônica da Vila do Fanado mas, muito mais do que pela história, pelos atos de rapinagem de políticos corruptos que ainda hoje entravam o progresso e o desenvolvimento do nordeste mineiro e, mais grave e acentuadamente, a região exaurida e abandonada do Fanado das Minas Novas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário